O Calvinismo é o Evangelho?




Retirado do Livro: O Lado Negro do Calvinismo, George Bryson. pp. 39-48.







Para um Calvinista, as particularidades doutrinárias do Calvinismo (às vezes chamadas de “as doutrinas da graça”) são nada mais nada menos do que o evangelho de Jesus Cristo encontrado ao longo de todas as páginas do Novo Testamento. Os Calvinistas também equiparam essas assim chamadas doutrinas da graça com os cinco pontos do Calvinismo. O mui amado “Príncipe dos Pregadores”, Charles Spurgeon, vangloria-se:



Não existe tal coisa como pregar a Cristo e este crucificado, a menos que você pregue o que... é chamado de Calvinismo... É trivial chamá-lo de Calvinismo; o Calvinismo é o evangelho, e nada mais. ¹




O Batista Reformado extremamente fervoroso, John Piper, alega:



As doutrinas da graça (Depravação Total, Eleição Incondicional, Expiação Limitada, Graça Irresistível e Perseverança dos Santos) são o tecido e a textura do evangelho bíblico tão estimado por muitos santos ao longo dos séculos. ²




A despeito de os Calvinistas equipararem o Calvinismo com o evangelho, ainda estou por conhecer um Calvinista que afirme ter abraçado os cinco pontos do Calvinismo no momento em que se voltou em fé para Jesus Cristo. Para alguns, o intervalo de tempo entre a conversão a Cristo e a conversão ao Calvinismo pode ser de muitos anos, até mesmo décadas. Mas não estariam estes querendo dizer com isso que eles não estavam realmente salvos até que vieram a compreender e aceitar a Teologia Reformada como o evangelho? Se os cinco pontos do Calvinismo podem ser equiparados ao evangelho, o qual “é o poder de Deus para salvação de todo aquele que crê” (Romanos 1:16), por que não ouvimos os Calvinistas falando aos perdidos sobre os cinco pontos? Se a versão Calvinista das doutrinas da graça é equivalente ao verdadeiro evangelho, e crer no verdadeiro evangelho é necessário para salvação, por que é que a maioria dos verdadeiros Calvinistas evitam qualquer discussão sobre essas assim chamadas doutrinas da graça ao tentarem conquistar o perdido para a fé em Cristo? Estas são questões muito importantes que exigem uma resposta honesta e objetiva.



Para muitos cristãos de uma vasta gama de convicções e tradições teológicas, nada poderia se mais importante do que a fidelidade ao evangelho de Jesus Cristo. Em meus muitos anos de cristão, tenho conhecido bem poucos cristãos professos que abandonaram a fé por rejeitarem abertamente o evangelho da graça de Deus. Porém, infelizmente, conheço muitos cristãos que se tornaram vítimas daqueles que distorcem a verdade do glorioso evangelho de nosso Salvador.



Maravilho-me de que tão depressa passásseis daquele que vos chamou à graça de Cristo para outro evangelho; O qual não é outro, mas há alguns que vos inquietam e querem transtornar o evangelho de Cristo. Mas, ainda que nós mesmos ou um anjo do céu vos anuncie outro evangelho além do que já vos tenho anunciado, seja anátema. (Gálatas 1:6-8)




Para que fique claro, estas palavras não apenas são desagradáveis, como representam um problema sério e preocupante para o calvinista. Até porque, de acordo com Paulo, é possível a alguém se desviar do Senhor depois de haver voltado para Ele. A pergunta que faço a meus amigos calvinistas é a seguinte: O evangelho pregado pelo Calvinismo, ou assim chamados cinco pontos do Calvinismo, é o mesmo evangelho que Paulo pregou e no qual os gálatas creram, visto que eles claramente se desviaram do Senhor? Faço esta pergunta porque muitos calvinistas tem confundido os cinco pontos do Calvinismo com o evangelho de Jesus Cristo. Sabemos que o apóstolo Paulo jamais se envergonhou:


... do evangelho de Cristo, pois é o poder de Deus para salvação de todo aquele que crê... (Romanos 1:16)




Quando você se achegou pela primeira vez a Cristo com fé Nele, ou, se preferir, quando veio a Cristo pela fé, você creu nos cinco pontos do Calvinismo? Ou você simplesmente creu e abraçou espontaneamente as verdades das Escrituras que nos dizem que Cristo morreu por nossos pecados e, em seguida, ressuscitou vitorioso sobre a morte? O apóstolo Paulo declarou:


TAMBÉM vos notifico, irmãos, o evangelho que já vos tenho anunciado; o qual também recebestes, e no qual também permaneceis. Pelo qual também sois salvos se o retiverdes tal como vo-lo tenho anunciado; se não é que crestes em vão. Porque primeiramente vos entreguei o que também recebi: que Cristo morreu por nossos pecados, segundo as Escrituras, E que foi sepultado, e que ressuscitou ao terceiro dia, segundo as Escrituras. (1 Coríntios 15:1-4)



Se o evangelho no qual você creu em sua conversão foi o verdadeiro evangelho descrito em 1 Coríntios 15:1-4, o que isso tem a ver com os cinco pontos do Calvinismo? Você provavelmente sequer havia ouvido falar sobre os cinco pontos até algum tempo depois da sua conversão. Lembre-se também que esse assim chamado evangelho do Calvinismo mudou completamente seu entendimento acerca do evangelho de Jesus Cristo quando você se converteu ao Calvinismo. Não seria possível que você estivesse salvo por haver crido no verdadeiro evangelho e, mais tarde, tenha se desviado seriamente por aceitar os cinco pontos do Calvinismo como o evangelho? Ou seria plausível admitir que você não tenha realmente ouvido e atendido a pregação e o convite do evangelho até que os cinco pontos do Calvinismo lhe houvessem sido apresentados? Alguns de fora dos círculos reformados (ou quase dentro deles) têm sugerido que eu estou exagerando ao acusar os calvinistas de equipararem o Calvinismo com o evangelho. No entanto, grande parte da literatura reformada e do testemunho de lideres calvinistas em todos os lugares são passíveis desta acusação.


O teólogo Reformado Herman Hoeksema, por exemplo, diz:


...para mim a verdade do evangelho e a fé Reformada são sinônimos. ³



Segundo o Calvinista David Engelsma:


O Calvinismo é o Evangelho. Suas notáveis doutrinas são simplesmente as verdades que compõem o Evangelho. ⁴




De igual modo, o Calvinista Arthur Custance declara:




O Calvinismo é o Evangelho e ensinar o Calvinismo é de fato pregar o Evangelho. É questionável se a dogmática teológica não Calvinista é realmente Cristã. ⁵



Se você é hoje um Calvinista, quando a verdade do evangelho e a fé Reformada se tornaram sinônimos para você? Tudo indica que isso ocorreu algum tempo depois de você ao menos haver pensado ter recebido a Cristo como Senhor e Salvador. A questão é: Você poderia realmente ter sido salvo crendo naquilo que no fim das contas acabou se revelando não ser o verdadeiro evangelho? Está claro a partir de seu próprio testemunho que Spurgeon, por exemplo, sequer conhecia os  cinco pontos ou as assim chamadas doutrinas da graça até haver sido iniciado no Calvinismo algum tempo depois de chegar à fé em Cristo. Se devemos crer no evangelho para sermos salvos, como admitem os Calvinistas, acaso não estariam todos os Calvinistas perdidos durante o período em que apenas pensaram haver recebido a Cristo como Senhor e Salvador, visto que eles ainda não estavam convictos do Calvinismo?



De acordo com Loraine Boettner:



...a Fé Reformada... sem nenhuma dúvida é o ensino da razão e da Bíblia.



Falando provavelmente pela maioria, se não por todos os Calvinistas, Boettner também declara:



...sustentamos que uma exposição completa e detalhada do sistema Cristão pode ser dada somente com base na verdade apresentada pelo sistema Calvinista.



Assim, segundo Boettner, o sistema Cristão que você professa é, na melhor das hipóteses, parcial e incompleto se não estiver de acordo com o Calvinismo. Boettner não faz rodeios teológicos quando afirma:



A Bíblia revela um esquema de redenção que é Calvinista do princípio ao fim, e todas as doutrinas são ensinadas com tão inescapável clareza que a questão é aceita por todos aqueles que aceitam a Bíblia como a Palavra de Deus.



É isso. Ou você crê que a Bíblia ensina a doutrina Reformada da redenção e, consequentemente, a doutrina Reformada da predestinação, ou você não aceita a Bíblia como a Palavra de Deus. Se você acha que isso soa um tanto extremo, prepare-se; os Calvinistas vão muito mais além em seus clamores em favor da Teologia Reformada. B. B. Warfield, por exemplo, um gigante teológico para muitos Calvinistas, diz:


...o Calvinismo ó o próprio Cristianismo... nada mais nada menos do que a esperança para o mundo.


Os Calvinistas Kenneth Talbot e Gary Crampton expressam aquilo que quero dizer quando afirmam:


...qualquer comprometimento do Calvinismo é um passo em direção ao humanismo. ¹⁰



Buettner vai ainda mais longe ao declarar que:


...nenhum ponto consistente de parada será encontrado em que não haja o ateísmo... não há chão consistente entre o Calvinismo e o Ateísmo.¹¹



Afirmar que os Calvinistas levam a sério seu Calvinismo seria amenizar os fatos. Se o Calvinismo é aquilo que eles acreditam ser — o evangelho, o Cristianismo, a esperança para o mundo, etc. — é porque eles devem leva-lo a sério demais.



Com base em sua convicção de que o Calvinismo é o evangelho, pode parecer razoável que os Calvinistas neguem que os não-Calvinistas sejam verdadeiros Cristãos, ou creiam que apenas os Calvinistas podem ser salvos, Logicamente, esta seria uma suposição plausível. Os Calvinistas, no entanto, não estão geralmente preocupados com as implicações lógicas de seu sistema teológico. A maioria dos Calvinistas, de fato, não chega a ir tão longe a ponto de negar que os Evangélicos não-Calvinistas sejam verdadeiros cristãos. Apenas os mais extremados — aqueles na periferia do Calvinismo — costumam extrapolar em suas declarações afirmando que somente os Calvinistas são ou serão salvos. Boettner até mesmo diz que:



Como Calvinistas nós alegremente reconhecemos como nossos irmãos Cristãos quaisquer [pessoas] que confiem em Cristo para a sua salvação, independentemente do quão inconsistentes suas demais crenças possam ser. Nós acreditamos, contudo, que o Calvinismo é o único sistema... inteiramente verdadeiro.¹²



  •          Se, como creem os Calvinistas, o Calvinismo é equivalente ao evangelho,


E:

  •          Se, como admitem os Calvinistas, o perdido deve crer no verdadeiro evangelho a fim de se tornar um salvo,


E:


  •          Se, como os Calvinistas argumentam, os não-Calvinistas não creem no verdadeiro evangelho,


Então:


  •          Como podem os Calvinistas reconhecer os não-Calvinistas como salvos?




Evidentemente, eles não podem. Porém, de fato, eles o fazem. Ate onde posso afirmar, os Calvinistas tradicionais nem sequer tentam explicar como isso é possível. O modo como muitos dos principais defensores do Calvinismo veem os não-Calvinistas é provavelmente melhor expresso nas palavras creditadas por Boettner a F. E. Hamilton. Segundo Boettner, Hamilton diz:



Um homem cego, surdo e mudo pode, é verdade, saber algo a respeito do mundo ao seu redor através dos sentidos remanescentes, mas... um conhecimento será muito imperfeito e provavelmente inacurado. Num sentido similar, um Cristão que nunca conheceu ou que nunca aceitou a ensinamentos mais profundos da Bíblia, os quais o Calvinismo incorpora, pode ser um Cristão, mas ele será um Cristão imperfeito; e deveria ser tarefa daqueles que conhecem toda a verdade tentar guia-lo até o único depósito que contém as riquezas completas do verdadeiro Cristianismo. ¹³





Isso quer dizer que todos os Evangélicos não-Reformados, homens como Billy Graham, C. S. Lewis, John Wesley, D. L. Moody, Charles Ryrie, Chuck Swindoll, Chuck Smith, Charles Stanley, assim como incontáveis milhões de outros Cristãos que eles representam, são espiritualmente cegos, surdos e mudos. É surpreendente que, dada essa condição espiritual deplorável de ser um não-Reformado, o Calvinista George Whitfield tenha conseguido tolerar John Wesley por tanto tempo.




Até mesmo o que por fora podem parecer declarações conciliatórias feitas por Calvinistas sobre os demais Evangélicos, muitas vezes acabam por ser elogios dissimulados. E eu enfatizo a palavra dissimulados. Boettner, por exemplo, cita com aprovação um dos primeiros editores da revista Christianity Today [Cristianismo Hoje], S. G. Craig, quando este afirma:


O Calvinista... não difere dos outros Cristãos em espécie, mas somente em grau, como espécimes mais ou menos boas de algo diferem de espécimes mais ou menos ruins... ¹⁴



Se alguém supõe que isto faz com que nos sintamos melhor, fico a imaginar como uma declaração com a intenção de ofender soaria. Da mesma forma Boettner diz:


...não somos todos Calvinistas enquanto trilhamos o caminho para o céu, mas seremos todos Calvinistas quando chegarmos lá. ¹⁵




E de modo semelhante, Charles Spurgeon declara:


... eu não pergunto se vocês creem em tudo isso [no Calvinismo]. É possível que vocês não possam. Mas, eu creio que vocês crerão antes de entrar no céu. ¹⁶




Não significaria isso que Spurgeon acreditava que todos os não-Calvinistas poderiam, eventualmente durante sua jornada terrena, ser persuadidos de que o Calvinismo é verdadeiro? Se não, como um Cristão que jamais foi convencido ou que jamais se convertera ao Calvinismo nesta vida se tornará um Calvinista antes de entrar na próxima?
Afinal, segundo Spurgeon:


Deus... lavará suas mentes antes de vocês entrarem no céu. ¹⁷




Assim, a menos que você seja um Calvinista, você é mais ou menos um espécime ruim de Cristão que necessita de uma lavagem teológico-cerebral. Com tais convicções, o Calvinista pode justificar seu proselitismo entre outros cristãos, incluindo a cisão de igrejas não-Calvinistas, como nada mais do que uma ajuda a Deus neste processo de lavagem cerebral. É certo que, por vezes, aquilo que os Calvinistas afirmam sobre outros Cristãos não tem a intenção de fazer com que nos sintamos mal ou de nos deixar desanimados. Antes, destina-se a fazê-los sentir-se bem consigo mesmos e confortáveis com sua fé Reformada. O fato de fazerem isso às nossas custas é lamentável, porém é algo inevitável para muitos Calvinistas.
Um verdadeiro Calvinista não apenas crê que os cinco pontos do Calvinismo expressam o verdadeiro evangelho e as doutrinas da graça ensinadas na Bíblia, como também afirma que essas particularidades do Calvinismo incorporam o que eles chamam de as profundas verdades das Escrituras. Essas não são as doutrinas comuns que o Calvinismo compartilha com o Cristianismo em geral, mas as particularidades que o distingue da grande maioria do mundo Cristão. Supostamente, as particularidades doutrinárias do Calvinismo são ensinadas com tal “clareza inescapável” nas páginas da Bíblia que praticamente qualquer pessoa deveria ser capaz de enxerga-las ao ler as Escrituras. Spurgeon, por exemplo, nos diz:


Um ilustre senhor, um incrédulo, disse certa vez a Whitfield, “Meu caro senhor, eu sou um incrédulo, eu não creio na Bíblia, mas se a Bíblia é verdadeira, você está certo, e seus opositores Arminianos estão errados. Se a Bíblia é a Palavra de Deus, as doutrinas da graça são verdadeiras”; a isso acrescentamos que, se alguém desejasse mostrar-lhe que a Bíblia é a verdade, o tal deveria desafia-lo a refutar o Calvinismo. ¹⁸



Spurgeon prossegue dizendo:


As doutrinas do pecado original, da eleição, do chamado eficaz, da perseverança até o fim, e todas aquelas grandes verdades chamadas de Calvinismo — embora Calvino não as tenha formulado, antes fora simplesmente um hábil escritor e pregador do assunto — são, eu creio, as doutrinas essenciais do Evangelho que repousa em Jesus Cristo. ¹⁹


Ele também afirma:


Não é nenhuma novidade... [o que] eu estou pregando; nenhuma nova doutrina. Eu amo proclamar essas vigorosas e antigas doutrinas que são cognominadas de Calvinismo, mas que são certamente e de fato a verdade revelada de Deus que está em Cristo Jesus. ²⁰




É compreensível, dadas as explicações mutuamente excludentes com respeito ao que creem Calvinistas e Evangélicos não-Calvinistas sobre o porquê alguns irão para o céu e outros para o inferno, a extrema dificuldade, se não a impossibilidade, para os teólogos Reformados de argumentar em favor do Calvinismo sem contrapor todas as outras formas de Evangelicalismo. Eu não os culpo por fazê-lo. Estou pronto a admitir que uma explicação e defesa dos pontos de vista de um Biblicista é, até certo ponto, um ataque ao Calvinismo como sistema. Isso pode ser verdade até mesmo quando o Calvinismo não é o ponto principal em questão.



Como temos notado, enquanto alguns Calvinistas admitem apenas a contragosto que um não-Calvinista pode ser um verdadeiro Cristão, outros alegremente nos aceitam como irmãos na fé e coerdeiros com Cristo. Entretanto, mesmo entre aqueles que se sentem aparentemente felizes em nos considerar como parte da família, muitos sugerem que não podemos verdadeiramente amar o Senhor ou Sua Palavra com o mesmo fervor ou profundidade que eles. Por exemplo, D. James Kennedy, alguém que normalmente não é considerado hostil aos não-Calvinistas, diz:


Sou um Calvinista precisamente por que eu amo a Bíblia e o Deus da Bíblia. As doutrinas do sistema teológico Calvinista são as doutrinas da Bíblia. Quando você consegue entender aquilo em que realmente cremos você pode acabar descobrindo que também é um Calvinista especialmente se você ama o Senhor Jesus Cristo e deseja servi-Lo de todo o seu coração. ²¹



Eu detesto contestar os motivos, mas lendo isto, parece razoável concluir que Kennedy está usando um certo apelo psicológico-espiritual. Afinal, qual o Cristão que não ama o Senhor Jesus Cristo e deseja servi-Lo de todo e seu coração? Eu o amo, e desejo servi-Lo. Se Kennedy estivesse certo, eu deveria querer me tornar um Calvinista imediatamente. Ou talvez eu deva ter sido Calvinista esse tempo todo. Não tenho a pretensão de sondar o coração de Kennedy ou o motivo pelo qual ele afirma isto aqui. Suas palavras, no entanto, soam bastantes condescendentes para mim. Você é capaz de imaginar os protestos se um não-Calvinista invertesse a questão? Suponha que eu dissesse:


  •          Como Biblicistas, nós alegremente reconhecemos como nossos irmãos Cristãos quaisquer que confiem em Cristo para a sua salvação, independentemente do quão [in]consistente[s] suas demais crenças possam ser. Nós acreditamos, contudo, que o Calvinismo como sistema é demasiado deficiente.

  •          Um homem cego, surdo e mudo pode, é verdade, saber algo a respeito do mundo ao seu redor através dos sentidos remanescentes, mas o seu conhecimento será muito imperfeito e provavelmente inacurado. Num sentido similar, um Calvinista que nunca conhece ou que nunca aceita os ensinamentos mais profundas da Bíblia os quais o Calvinismo não incorpora, pode ser um Cristão, mas ele será um Cristão imperfeito; e deveria ser tarefa dos Biblicistas que conhecem toda a verdade tentar guiá-lo até o único depósito que contém as riquezas completas do verdadeiro Cristianismo.

  •          O Biblicista... não difere dos Cristãos Calvinistas em espécie, mas somente em grau, como espécimes mais ou menos bons de algo diferem de espécimes mais ou menos ruins do algo.

  •          ...não somos todos Biblicistas enquanto trilhamos o caminho para o céu, mas ou creio que antes de entrarmos no céu todos nós nos tomaremos Biblicistas e deixaremos, portanto, de ser Calvinistas.

  •          Sou um Biblicista e não um Calvinista precisamente porque eu amo a Bíblia e o Deus da Bíblia. As doutrinas do sistema teológico Biblicista são as doutrinas da Bíblia. Quando você consegue entender aquilo em que realmente cremos, você pode acabar descobrindo que também é um Biblicista, especialmente se você ama o Senhor Jesus Cristo e deseja servi-Lo de todo o seu coração.

  •          Antes de você entrar no céu, se você for um Calvinista, Deus lavará sua mente dos dogmas Reformados e você se tornará um Biblicista.




Embora os Calvinistas equiparem e, por conseguinte, confundam o Calvinismo com o evangelho de Jesus Crista, o Calvinismo definitivamente não é o evangelho de nosso Senhor e de Sua graça.





1- C.H. Spurgeon, Spurgeon´s Sovereign Grace Sermos (Edmonton: Still Waters Revival Books, 1990), p. 129.

2-John Piper, Tulip, The Pursuit of God’s Glory in Salvation (Minneapolis, Minn.: Bethlehem Batist Church, 2000), contra capa.

3- H. Hanko, H.C. Hoeksema e J. Van Baren, The Five Points of Calvinism (Grand Rapids, Mich.: Reformed Free Publishing Associantion, 1976), p.45

4- Professor David J. Engelsma, A Defense of Calvinism as the Gospel (South Holland: The Evangelism Committee, Protestant Reformed Church). Retirado de WWW.prca.org/pamphlets/pamphlet_31.html em 11 de maio de 2004.

5- Arthur C. Custance, The Sovereingty of Grace (Phillipsburg, N.J.: Presbyterian and Reformed Publishing Company, 1979), p. 302.

6- Loraine Boettner, A Doutrina Reformada da Predestinação, p. 3.

7- Ibid., p. 301.

8- Ibid., pp. 301-302.

9- Retirado de um artigo do The Founders Journal, “What Should We Think of Evamgelism and Calvinism”, de Ernest Reisinger, Questão 19/20, nenhuma referência mencionada.

10- Kenneth G. Talbot e W. Gary Crampton, Calvinism, Hiper-Calvinism, And Arminisnism (Edmonton: Still Waters Revival Books, 1990), p. 3.

11- Loraine Boettner, A Doutrina Reformada da Predestinação, pp. 16, 237.

12- Loraine Boettner, A Doutrina Reformada da Predestinação, pp. 248-249.

13- Ibid., p. 249.

14- Ibid.

15- Ibid.

16- C.H. Spurgeon, Spurgeon at His Best, Ed. Tom Carter (Grand Rapids, Mich.: Baker Book House, 1988), p. 27.

17- Ibid.

18- Spurgeon, The Spurgeon Sermom Collection, Vol. 1, p. 86.

19- Ibid.

20- Ibid, p. 196.


21- D. James Kennedy, Why I am a Presbyterian (Fort Lauderdale, Fla.: Coral Ridge Ministries, n.d.), p. 1.

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