Comentário de Spurgeon sobre 1Timóteo 2:3-4



Por: Janderson Torres

Vocês devem, a maioria de vocês, estar familiarizados com o mérito geral segundo o qual os nossos amigos calvinistas mais antigos lidam com esse texto. “Todos os homens”. Dizem eles, isto é, “alguns homens”: como se o Espírito Santo não pudesse ter dito “alguns homens” se ele quisesse dizer alguns homens. “Todos os homens”, dizem eles, isto é, “alguns de todos os tipos de homens”: como se o Senhor não pudesse ter dito “todos os tipos de homens” se ele quisesse ter dito isso. O Espírito Santo, através do apóstolo, escreveu “todos os homens”, e inquestionavelmente ele quis dizer todos os homens. Eu sei como me livrar da força do “todos” de acordo com esse método crítico que há algum tempo atrás foi muito coerente, mas eu não sei como ele pode ser aplicado aqui com a devida consideração à verdade. Eu estava lendo agora mesmo a exposição de um doutor muito capaz que explica o texto de modo a minimizá-lo; ele aplica pólvora gramatical a ele, e o explode por meio  de sua exposição. Eu pensei, quando li sua exposição, que teria sido um ótimo comentário sobre o texto se ele dissesse: “Que não deseja que todos os homens sejam salvos, nem venham ao conhecimento da verdade”. [...] Meu Amor à coerência com as minhas próprias opiniões doutrinárias não é grande o suficiente para me permitir alterar intencionalmente um único texto da Escritura. Tenho grande respeito pela ortodoxia, mas a minha reverência pela inspiração é muito maior. Eu preferiria cem vezes parecer incoerente comigo mesmo a ser incoerente com a Palavra de Deus.


SPURGEON, Charles. Spurgeon’s Sermons Volume 26: 1880. Grand Rapids, Christian Classics Ethereal Library, 2002, pp. 48-49

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